RESGATAR, CASTRAR E JOGAR NOVAMENTE NAS RUAS?

Resgatar, castrar e jogar novamente nas ruas?

O ideal e correto é: castrar todos os gatos dos quais não se espera obter filhotes. E, quando se espera obter filhotes, que seja para criá-los, não para comercializá-los e muito menos para abandoná-los. Não se espera também que um animal engravide contando que será fácil doar os filhotes, menos fácil ainda é encontrar pessoas sérias, responsáveis e amorosas para adotá-los.

Algumas pessoas, bem intencionadas, resgatam animais, deixam por muitos e muitos dias em suas residências, dão boa alimentação, assistência veterinária, castram e depois, por não conseguirem adotantes, abandonam o animal novamente nas ruas.

As pessoas precisam levar em conta alguns fatores e precisam analisar que essa prática ao invés de beneficiar o animal, causa-lhe mais sofrimento do que ele passava antes de ser resgatado. Por quê? Analisemos os pontos dessa questão referentes aos gatos:

1) O gato é um caçador natural, castrado, essa habilidade de caça diminui, o que prejudica sua alimentação caso não consiga seu alimento diário. Claro, alguns gatos castrados ainda caçam, mas a maioria se torna mais tranquila e acomodada.

2) Diferentemente dos humanos e dos cães, os gatos precisam de proteínas e não de gordura para dar energia ao seu organismo. Se no período em que esteve resgatado se alimentava bem, com ração de boa qualidade, voltar para as ruas sem alimentação pode resultar em uma grave lipidose hepática e consecutivamente, morrer.

3) Os gatos são animais muito mais estressados do que os cães e o estresse no gato pode desenvolver uma série de doenças que levam o animal ao óbito. O gato passa pelo estresse do resgate, o estresse da adaptação ao novo ambiente, o estresse da castração e depois de ter uma cama, alimentos, estar aquecido e confiante, volta a ter o estresse de ser abandonado. Em uma sequência de estresse tão grande não é difícil o gato desenvolver problemas renais graves, falta de apetite, anemia, lipidose hepática, deficiência no sistema imunológico e muitos outros problemas de saúde que sem o abrigo de um lar, sem os cuidados de um veterinário e de um tutor, sem alimentação e medicamentos adequados, vão realmente impedir que o gato se reproduza, pois em muito pouco tempo estará morto. De que adiantou resgatar, tratar e castrar um animal para depois entregá-lo de volta aos braços da morte? Pense nisso.

Texto: Carla Rockatansky

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